quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Védica e Puranica - Aditi e os Adityas (Evolução Hindu - Parte IV)


A primeira menção escrita da deusa Aditi é encontrado no Rig Veda, que se estima ter sido composta durante cerca de 1700-1100 aC. Aditi também seria a mãe principal. No Rig Veda ela é a mãe de todos os deuses e toda a criação (vale ressaltar que Prthvi também é considerada a mãe de todas as coisas, essa divergência acontece pela existência de muitas versões do Rig Veda). Ela é por excelência a mãe de 12 Adityas cujos nomes incluem: Vivasvãn, Aryamã, PusãTvaṣṭã, Savitã, Bhaga, Dhãtã, Vidhãtã, Varuṇa, Mitra, Śatru e Urukrama (Vishnu)


Aditi também é algumas vezes mencionada como mãe de Indra. Seu nome significa "imensidão e liberdade". Como alguém que desata, seu papel é semelhante ao de seu filho Varuna como o guardião do rta, a ordem moral cósmica. Ela é o suporte de todas as criaturas. Ela é invocada para proteção e riqueza.


Aditi é mencionada cerca de 60 vezes no Rig Veda, mas nenhum hino é exclusivamente dirigido a ela. Ela é geralmente mencionada juntamente com outros deuses e deusas. É difícil obter uma imagem clara de sua natureza. Ela não é consorte de nenhum deus. Ela também não está relacionada a um fenômeno natural. Fisicamente, ela é bastante inexpressiva. Ao contrário das deusas Ushas e Prithvi, sua natureza é indefinida. Ela parece ser uma divindade antiga cuja função original e natureza foram esquecidas mais tarde no Rig Veda. Talvez a característica mais marcante da Aditi é a maternidade. Ela é a Devamatri. Ela é a mãe dos Adityas. Ela é a mãe de Indra, a mãe dos reis e de todos os deuses. Ela também é a mãe de Vamana uma encarnação de Vishnu. Ela é a fonte de toda a realidade manifesta, ou seja, o passado, o presente e o futuro, "tudo o que tem sido e vai ser".


Ela concede riqueza, segurança e abundância. Ela é muitas vezes comparada a uma vaca que fornece a nutrição, saúde e santidade. Seu leite é comparado a redentora e revigorante bebida chamada Soma. 


Rig-Veda - Samhita, mandala 01, capítulo 89 e versículo 10:

"Aditi é o céu, Aditi é a atmosfera, Aditi é Mãe (Terra), Pai e o Filho (Putra). Aditi é todas as Deidades Universais, Aditi é as cinco classes de homens, Aditi é tudo o que foi nascido e deve nascer."



Os Adityas


Este nome (Adityas) significa simplesmente os descendentes de Aditi. No Hinduísmo, os Adityas são um grupo de deidades solares, filhos de Aditi e Kasyapa. No Rigveda, eles são as sete deidades do céu. O chefe deles é Varuna. O sétimo Aditya é provavelmente o Sol, Surya ou Savitar. Como uma classe de deuses, os Adityas Rigvédicos são diferentes dos Vishvedeva (conjunto de todos os deuses védicos). No Yajurveda, seu número é oito. No Brahmanas, seu número foi aumentado para doze, correspondendo aos doze meses do ano.

No início dos tempos, os Adityas eram seis, ou sete, deidades celestiais, cujo chefe é Varuna, consequentemente ele foi o primeiro Aditya. Eles são filhos de Aditi, que teve oito filhos, mas ela mantinha relações apenas com sete, mantendo distância do oitavo, Marttanda (o Sol). Após algumas eras, seus números aumentaram para doze, como uma representação dos doze meses do ano. Aditya é também um dos nomes do sol.


Nós devemos, entretanto, se nós quisermos descobrir as suas reais características, abandonar as concepções, feitas na era mais antiga, e mesmo os poemas heróicos, vamos observar estas deidades. De acordo com esta concepção, eles são os doze deuses do sol, com evidentes referências aos doze meses do ano. Mas, no período antigo, quais eram o real significado do seu nome. Eles eram os invioláveis, imperecíveis, seres eternos. Aditi, eternidade, ou o eterno, é o elemento, que suporta ou que os suportou. O eterno é o elemento inviolável nos quais os Adityas moram, e que formam a sua essência, a luz celestial. Os Adityas, os deuses desta luz, portanto, não têm qualquer conexão com qualquer forma que a luz se manifesta no universo. Eles não são nem sol, nem lua, nem as estrelas, nem o amanhecer, mas aqueles que sustentam esta forma luminosa, eles são o que existe, além deste fenômenos.

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